quarta-feira, 13 de julho de 2011

Resistividade do Solo



Para o correto funcionamento do aterramento, é necessário conhecer a resistividade do solo, bem como suas características no que diz respeito ao tipo ou tipos de solos, sua estratificação em camadas, teor de umidade, temperatura etc.
A elevação da umidade interfere significantemente na resistividade, pois forma um meio eletrolítico favorável à passagem de corrente iônica, através da dissolução de sais contidos no solo.
Conforme Carstens (2003), outro fator que influencia na variação da resistividade elétrica do solo é a temperatura. Para valores de temperaturas entre 10 a 60 ºC seu valor não varia muito. Porém, para valores próximos a 100 ºC, a resistividade aumenta significativamente, devido ao estado de vaporização, que deixa o solo mais seco. Esse aumento também é verificado para valores de temperatura abaixo de zero. Tais características em comum se devem ao fato de o solo se tornar mais seco, dificultando a passagem de corrente elétrica.
Medição da Resistividade do Solo
Dentre os métodos mais conhecidos para o levantamento dos valores de resistividade estão o Método de Wenner, Método de Lee e o Método de Schlumberger – Palmer.
As informações obtidas sobre a resistividade dos trechos em estudo são provenientes da utilização do Método de Wenner ou Método dos Quatros Pinos, segundo NBR 7117.
Esse método utiliza um Megger (Terrômetro / Telurímetro) para medir valores de resistência necessários para o cálculo da resistividade do solo. O equipamento em questão possui dois terminais de corrente (A e B) e dois terminais de potencial (M e N). O emprego de uma corrente elétrica artificial que é introduzida no terreno através dos eletrodos A e B, tem como objetivo gerar um potencial nos eletrodos M
e N, que deverá ser detectado pelo instrumento, indicando o valor da resistência elétrica medido entre estes eletrodos.
Esse método considera que praticamente 58% da distribuição de corrente que passa entre as hastes externas ocorre a uma profundidade igual ao espaçamento entre as hastes.
Para que as medições tenham uma exatidão considerável, deve-se seguir alguns preceitos
básicos:
· As hastes deverão ter aproximadamente 50 cm de comprimento com diâmetro entre 10 e 15 mm;
· Durante a medição as hastes deverão estar sempre alinhadas, igualmente espaçadas – cravadas a uma mesma profundidade (20 a 30 cm) e bem limpas, isentas de óxidos ou gorduras;
· O aparelho e a carga da bateria deverão estar em boas condições e durante a medição ele deverá estar posicionado simetricamente entre as hastes;
· As condições do solo deverão ser levadas em consideração (seco ou úmido);
· Por questões de segurança não devem ser realizadas medições em dias que houver
riscos de descargas atmosféricas, não deixar que pessoas estranhas ou animais se
aproximem do local e utilizar calçados e luvas de isolação para executar as
medições.
Outra medida que auxilia na obtenção de valores mais precisos de resistividade é a
realização de diversas medições em cada direção considerada. Sendo dada especial atenção
para regiões de banhados, cruzamentos com rodovias, linhas de transmissão de alta tensão
e ferrovias.
Através dos dados obtidos em campo, deve-se tratá-los para avaliar quais serão
utilizados e quais deverão ser desprezados. Esta avaliação deve ser realizada da seguinte
forma:
· Após o cálculo aritmético dos valores de resistividade para cada espaçamento,
deve-se calcular a diferença entre cada valor de resistividade e a média de seu
espaçamento;
· Valores com desvio acima de 50% deverão ser desprezados. Abaixo disso serão
aceitos;
· De acordo com o número de desvios acima de 50%, recomenda-se fazer novas
medidas no local.
· Com as resistividades médias para cada espaçamento, têm-se os valores definitivos
para traçar a curva r (resistividade) x l (espaçamento médio).
2.3 Método de Atenuação de Corrente (Técnica PCM - Pipeline Currente
Mapper)
A corrosão externa é uma das maiores causas de vazamentos em tubulações enterradas, assim, os dutos devem ser protegidos contra o processo corrosivo, o que pode ser feito mediante uma combinação entre Revestimentos Mecânicos e Sistemas de Proteção Catódica, como já foi citado anteriormente no tópico sobre Proteção Catódica.
A inspeção da proteção anticorrosiva (revestimento e proteção catódica) de um duto metálico subterrâneo visa obter parâmetros essenciais para o gerenciamento e controle da
corrosão, de tal forma a colaborar na preservação do duto em bom estado.
Entre as técnicas existentes para se inspecionar a eficácia da proteção anticorrosiva de um duto subterrâneo iremos descrever a metodologia de funcionamento da Técnica ou Método de Atenuação de Corrente. O embasamento teórico da técnica estudada foi obtido a partir de bibliografia específica e material disponibilizado pelas empresas Esteio, Petrobras/Transpetro e Radiodetection.
Este método tem uma característica que o torna muito vantajoso neste caso em que é importante se manter o duto em operação durante a inspeção da sua proteção anticorrosiva. A sua aplicação é feita sobre a superfície do solo, sem interferir com a operação do duto, coletando informações sobre os dois sistemas de proteção anticorrosiva (revestimento e proteção catódica), as quais irão proporcionar a elaboração de um plano pró-ativo de controle da corrosão externa.
Basicamente o objetivo desta técnica é mapear a distribuição da corrente simulada de proteção catódica ao longo de um duto subterrâneo e identificar os locais com consumo excessivo de corrente. Por conseqüência é possível determinar os pontos de degradação do
revestimento de proteção do duto e possíveis interferências elétricas que estejam afetando
os mesmos.
Descrição da Técnica PCM
O método PCM, também conhecido no Brasil como Método de Atenuação de Corrente, combina técnicas de localização e avaliação do revestimento anticorrosivo de tubulações metálicas subterrâneas por meio de uso de campos eletromagnéticos. Este método é aplicado com o uso do equipamento digital PCM, fabricado pela empresa Radiodetection Corporation responsável pelo desenvolvimento do método.
Para mapear e avaliar as condições da proteção anticorrosiva esta técnica utiliza uma corrente (chamada de corrente PCM) cujo comportamento é similar à corrente de proteção catódica, mas passível de ser detectada a partir da superfície, através de um magnetômetro capaz de ler o seu campo magnético induzido no duto.
O mapeamento da corrente PCM é feito através de leituras em intervalos regulares, o que permite obter a distribuição da corrente ao longo da tubulação e identificar os pontos de consumo desta corrente. Estes pontos de consumo podem estar associados à existência de falhas no revestimento externo da tubulação que poderão ser detectados através da técnica complementar ACVG (Alternate Current Voltage Gradient) também desenvolvida pela Radiodetection Corporation.
Resumindo o método PCM consiste em injetar um sinal detectável (onda eletromagnética de freqüência conhecida 4Hz) no duto metálico enterrado a ser localizado e captar este sinal ao longo do mesmo, utilizando-se de um receptor calibrado na mesma freqüência. Para a captação deste sinal não é necessário que se estabeleça contato elétrico com o duto.
Utiliza-se um transmissor portátil capaz de injetar uma combinação de sinais de freqüências distintas sobrepostas e um aparelho receptor portátil composto por uma série de sensores em configuração especial e um visor digital onde são mostradas as informações.
Na memória do equipamento podem ser armazenados os seguintes parâmetros:
· Corrente de 4 (quatro) Hz (simulação da corrente de proteção catódica);
· Corrente de decibéis (dB);
· Profundidade;
· Sentido da corrente de teste.
O equipamento possibilita armazenar na memória dados coletados com relação à localização e profundidade, permitindo assim, gerar gráficos e relatórios para posterioranálise e correlação no campo.
Aplicação da Técnica PCM
O procedimento para aplicação da Técnica PCM ou Método de Atenuação de Corrente foi desenvolvido para se estabelecer as melhores práticas no emprego desta técnica, de modo que, os resultados por ela obtidos sejam padronizados, aumentando assim sua eficácia e conseqüentemente sua confiabilidade.
Levantamento de Informações e Preparação do Duto
Antes do início das medições deve ser elaborado um planejamento prévio das diversas etapas em que o método consiste, baseando-se no maior número possível de dados coletados a respeito do duto e da faixa de dutos em que o método será aplicado. Este levantamento deve priorizar informações referentes ao planejamento e a realização da inspeção tais como:
Planta e/ou mapa detalhado da faixa de duto(s) com as seguintes informações:
· Nome e quantidade de dutos existentes na faixa;
· Diâmetros do(s) duto(s);
· Revestimento(s) do(s) duto(s);
· Posição do(s) duto(s) na faixa.
Relação de equipamentos de proteção catódica existentes na faixa de duto(s), na qual conste:
· Listagem de retificadores e pontos de testes eletrolíticos (PTE).
· Listagem de equipamentos de drenagem, válvulas, juntas de isolamento, etc.
· Verificar a existência e obter a listagem de dutos, estruturas e equipamentos de terceiros.
· Relação de todas as interligações existentes entre o(s) duto(s) e/ou estruturas de terceiros.
· Efetuar uma inspeção visual da faixa e listar pontos críticos tais como, rios, terrenos alagados, acidentados, e locais onde haja movimentação de solo, etc.
Isolamento do Duto
Para se garantir a eficácia do método, o trecho do duto a ser inspecionado deve estar completamente isolado de outras estruturas metálicas existentes nas proximidades, incluindo outros dutos existentes na faixa. O isolamento elétrico do duto consiste na remoção de interligações elétricas (jumpers) existentes entre o duto que será inspecionado com outras estruturas metálicas existentes nas proximidades, isto para garantir a fluência do sinal injetado pelo transmissor somente no duto a ser inspecionado.
O isolamento é realizado desconectando-se o cabo correspondente ao duto que será inspecionado dos outros cabos e interligações em retificadores, pontos de testes, caixas de
interligações, etc.
Deve-se considerar duas condições possíveis nesta etapa de isolamento do duto:
· Quando existir somente um duto na faixa
Quando existir somente um duto na faixa o isolamento deverá ser realizado somente se existir outras estruturas metálicas na proximidade tais como: tubulaçõe de terceiros; redes férreas; tubulações camisa; etc.
· Quando existir dois ou mais dutos na faixa
Quando existir mais de um duto na faixa o isolamento deverá ser realizado de
acordo com o planejamento acordado com o contratante, sendo tecnicamente possíveis
duas possibilidades: isolamento total do duto (procedimento preferencial) ou isolamento
parcial do duto (procedimento alternativo).
Para o isolamento total do duto a ser inspecionado deve-se seguir os passos abaixo
citados, conforme procedimento citado abaixo:
· Desligar todos os retificadores (quando o seu leito de anodos é utilizado para
injeção de sinal) e desconectar todas as interligações elétricas dos cabos de
todos os dutos, identificando-os para posterior religamento. Está prevista a
possibilidade de se desligar tantos retificadores quantos necessários para a
realização dos serviços, no entanto, todos os retificadores deverão ser religados
ao final do dia;
· Proteger as extremidades dos cabos removidos de contatos indevidos com fita
isolante;
· Proteger a extremidade dos cabos removidos de contatos indevidos com fita
isolante em todos os PTE’s.
Para o isolamento parcial do duto a ser inspecionado, antes de se iniciar o procedimento, é necessário à realização do Teste de Alcance e Seletividade do Sinal. Este teste é importante para obter o ajuste do sinal no duto a ser inspecionado de maneira a minimizar a interferência dos demais dutos existentes na faixa sobre o mesmo, e a sua realização deve ocorrer apenas após o isolamento do trecho a ser inspecionado.
A extensão do trecho a ser isolado deve ser determinada através de testes práticos de campo e em função da extensão do trecho liberado para inspeção, da disponibilidade de pontos de injeção de sinal e do próprio alcance e seletividade do sinal.
A seletividade do sinal no duto a ser inspecionado deve assegurar um sinal com qualidade em sua extensão e o menor sinal possível nos dutos adjacentes mesmo que para tal seja necessário reduzir a corrente injetada ou relocar o transmissor a um ponto mais remoto. Define-se por alcance a distância entre o ponto de injeção de sinal em um retificador ou PTE (Ponto de Teste Eletrolítico) até os pontos localizados a montante e a jusante deste ponto onde se detecte a existência de sinal.
Alcance = S(L1+ L2 + L3 + ...+ L6)
Vale ressaltar que os passos abaixo citados devem ser seguidos para o isolamento parcial do duto:
· Determinar o ponto de injeção de sinal;
· Desconectar o cabo do duto a ser inspecionado e remover as interligações entre
dutos no(s) retificador(es) e PTE’s no trecho inspecionado de acordo com o
alcance do sinal;
· Verificar que o trecho a ser isolado deverá ser necessariamente maior que o
alcance do sinal;
· Proteger a extremidade dos cabos removidos de contatos indevidos com fita isolante;
· O isolamento realizado nos PTE’s deve ser realizado removendo-se a interligação do duto a ser inspecionado em todos os PTE’s antes de se iniciar a inspeção e interligando-se ao final da inspeção.
Instalação do Transmissor
O transmissor PCM tem a função de gerar a combinação de sinais detectáveis que permitem a realização da inspeção do duto, o mesmo deve ser instalado em um ponto da tubulação que permita o contato físico de seu terminal de saída de sinal com o duto a ser inspecionado. Em geral, instala-se o transmissor em retificadores ou pontos de testes eletrolíticos (PTE), mas pode ser instalado, quando necessário, em válvulas, pontos de corte da tubulação, etc.
O fluxo do sinal gerado pelo transmissor comporta-se de forma semelhante ao da própria corrente de proteção catódica, ou seja, ele deve ser “injetado” através de um aterramento retornando ao transmissor pelo seu terminal de entrada de sinal conectado no duto a ser inspecionado.
Segundo as recomendações do fabricante, para melhor refrigeração o transmissor deve trabalhar sempre com sua tampa aberta, mas devidamente protegido da chuva e umidade.
· Alimentação do transmissor
· Por corrente contínua (CC)
O transmissor pode ser alimentado por corrente contínua com tensão de 20 a 50 V, utilizando-se baterias veiculares para tal. A seguir são citados os passos que devem ser seguidos para alimentação do transmissor em CC.
· Utilizar duas a quatro baterias 12 V ligadas em série de maneira a obter 24, 36 ou 48 VCC;
· Verificar, com um voltímetro, a tensão das baterias ligadas em série;
· Com o transmissor desligado conectar o cabo de alimentação CC no
transmissor;
· Conectar o terminal positivo (vermelho) no terminal positivo da 1ª bateria;
· Conectar o terminal negativo (preto) no terminal negativo da última bateria;
· Ligar o transmissor na corrente de saída mínima e na freqüência desejada;
· Aumentar gradativamente a corrente de saída do transmissor tomando o cuidado de aguardar que o visor indique a corrente selecionada.
O transmissor pode ser alimentado, também, por corrente alternada com tensão de 110 ou 220 V dependendo da configuração solicitada do equipamento no ato da aquisição.
Em geral se utiliza um ponto de energia existente junto ao retificador, a rede de alimentação do próprio retificador ou mesmo um gerador portátil. A seguir são citados os passos a serem seguidos.
· Verificar se a tensão da fonte CA é apropriada para o transmissor;
· Com o transmissor desligado conectar o cabo de alimentação CA no transmissor;
· Ligar o transmissor na corrente de saída mínima e na freqüência desejada;
· Aumentar gradativamente a corrente de saída do transmissor tomando o cuidado de aguardar que o visor indique a corrente selecionada;
· Aterramento do transmissor.
O aterramento do transmissor pode ser realizado em um leito de anodos de um retificador existente ou em um aterramento provisório instalado especialmente para a conexão do mesmo.
Para se obter a condição ideal para injetar a maior quantidade de sinal possível (mesmo que não se utilize a corrente de saída máxima) é essencial que se observe alguns fatores para execução do aterramento, tais como:
· Solo de baixa resistividade elétrica;
· Número suficiente de anodos ou hastes para que se obtenha a menor impedância possível;
· Instalar em local o mais afastado possível e perpendicular à tubulação que será inspecionada.
O leito de anodos do retificador é o melhor aterramento que se pode utilizar para instalar o transmissor, pois ele é projetado e executado para que tenha exatamente as características que se deseja em um aterramento para o transmissor PCM. No retificador há uma fonte de energia para alimentação do transmissor e contato elétrico com o duto (cabo soldado ao duto) o que torna o local preferencial para instalação do transmissor PCM.
Ao se instalar o transmissor PCM fora de um retificador, como em um PTE, é necessário realizar um aterramento provisório. Este aterramento é utilizado somente durante o período em que este ponto (PTE) for utilizado como ponto de injeção de sinal sendo, normalmente, desmontado quando se muda para outro ponto de injeção para que possa ser reaproveitado.
Conforme sugerido pela empresa responsável pelo procedimento e aplicação da Técnica PCM, para se instalar um aterramento provisório é necessário utilizar em quantidade adequada:
· Hastes de aterramento de aço-cobreado de 5/8” x 1,50 m;
· Conectores para hastes de aterramento;
· Fio flexível de cobre de 2,5 mm2.
É importante ressaltar que para este tipo de configuração deve-se instalar o aterramento sempre a partir do PTE em direção ao lado oposto da faixa e nunca cruzando a mesma, ou seja, evitar que o cabo de aterramento cruze com os dutos. No aterramento provisório, o número de hastes necessário será uma função diretamente proporcional à corrente que se deseja selecionar no transmissor e a resistividade do solo em que estas forem cravadas.
A conexão do transmissor é realizada conectando-se fisicamente os cabos de entrada e saída de sinal do equipamento no cabo que é soldado ao duto a ser inspecionado e ao aterramento.
Apesar do procedimento da conexão ser padrão, a empresa responsável pela elaboração do procedimento para aplicação do método estudado, detalha duas situações típicas, as quais são citadas abaixo.
Para a instalação do transmissor PCM onde só houver um duto na faixa deve-se seguir os seguintes passos:
· Desconectar os cabos do duto e do leito de anodos na caixa de interligação;
· Conectar o terminal de saída de sinal (verde) no aterramento;
· Conectar o terminal de entrada de sinal (branco) no cabo soldado ao duto;
· Selecionar a freqüência desejada;
· Ligar o transmissor na corrente mínima;
· Aumentar gradativamente a corrente de saída do transmissor tomando o cuidado de aguardar que o visor indique a corrente selecionada.
Para a instalação do transmissor PCM onde houver mais que um duto na faixa deve-se seguir os seguintes passos:
· Desconectar o cabo do duto a ser inspecionado do retificador ou PTE;
· Conectar o terminal de saída de sinal (verde) no aterramento;
· Conectar o terminal de entrada de sinal (branco) no cabo soldado ao duto;
· Selecionar a freqüência desejada;
· Ligar o transmissor na corrente mínima;
· Aumentar gradativamente a corrente de saída do transmissor tomando o cuidado de aguardar que o visor indique a corrente selecionada.
A corrente de saída é selecionada em função de duas variáveis: o alcance desejado e a impedância total do circuito (aterramento+conexão). Em geral deve-se procurar injetar a maior corrente possível respeitando sempre o isolamento do duto.
No caso de não ser possível isolar um longo trecho do duto pode-se optar por trabalhar com o transmissor a uma corrente menor do que a desejada para garantir o isolamento do mesmo e a seletividade do sinal.
Para o caso em que o isolamento não é problema, deve-se selecionar a maior corrente de saída possível desde que os leds de advertência de cor âmbar fiquem apagados ou acesos até o limite de 60 volts. Não se deve trabalhar com o transmissor injetando sinal com tensão de 80 volts sob o risco de este desligar automaticamente após algum período de tempo.
No transmissor PCM existe um painel de advertência que fornece um diagnóstico de como está sendo injetado o sinal detectável. Caso o sistema esteja funcionando perfeitamente e tanto o aterramento quanto à conexão com o duto suportem a corrente de saída selecionada, acenderá no painel, um led verde indicativo junto à legenda “Output OK”. Caso existam problemas os leds indicativos indicarão o possível problema no painel para o operador.
A freqüência de trabalho deve ser selecionada em função do objetivo da inspeção e do alcance que se deseja obter do sinal. O transmissor PCM é capaz de injetar quatro freqüências distintas.
Para se realizar o Método de Atenuação de Corrente – PCM com eficácia é essencial que se localize o duto a ser inspecionado com a máxima precisão possível. A localização deve ser realizada após se ter isolado o duto a ser inspecionado, instalado o transmissor e o sinal ter sido injetado adequadamente.
Deve-se seguir os passos abaixo listados em todos os pontos de leitura, segundo empresa responsável pela elaboração do procedimento para aplicação da Técnica PCM:
· Localizar o duto pelo modo Pico;
· Verificar o alinhamento provável do duto rotacionando o receptor sobre o seu eixo até que o sinal desapareça completamente ou atinja sua menor intensidade. Neste ponto as laterais do receptor estarão alinhadas longitudinalmente com o duto. Girar o receptor em 90 graus e confirmar o ponto de Pico;
· Confirmar a localização deste pelo modo Nulo;
· Anotar a distância aproximada entre o ponto de Pico e o ponto de Nulo.
Caso a posição onde foi detectado o ponto de Pico coincidir com a posição onde foi
detectado o ponto de Nulo deve-se efetuar as leituras a seguir e anotá-las:
· Leitura da profundidade;
· Leitura da corrente de localização;
· Efetuar a leitura da corrente PCM e anotar inclusive o sentido da mesma;
· Anotar o número da leitura e a distância entre o ponto da leitura atual e do ponto de inserção do cabo de retorno.
Levantamento GPS
Segundo o procedimento elaborado pela empresa Sondeq Comercial Equipamento Ltda. o levantamento GPS pode ser descrito da seguinte forma:
“A técnica de levantamento cinemático usa um ou mais receptores de referência estacionados sobre pontos conhecidos enquanto um ou mais receptores móveis se movimentam, parando em vários pontos para gravar suas posições. As observações da fase
da portadora são armazenadas em ambos receptores e então combinados durante o processamento para determinar os vetores da base ao móvel. Existe ainda a alternativa das
observações serem armazenadas no coletor, ao invés de serem armazenadas na antena”.
Processamento GPS
Ao término das atividades de trabalho os equipamentos são descarregados diretamente para um computador, no qual os dados do receptor GPS base também são descarregados. Para a etapa de processamento, será utilizado o software GPSURVEY 2.3 for Windows fornecido pela TRIMBLE-Navigation (mesma marca dos equipamentos).
Nesta etapa do processamento será verificada a solução de cada um dos vetores medidos, basicamente esta avaliação é feita em função do resultado dos mesmos, que poderá ser: fixed (ponto foi aceito) ou float (ponto rejeitado) que deverá ser reocupado em campo.
Técnica A-Frame
Esta técnica permite localizar a partir da superfície do solo, as falhas no revestimento anticorrosivo do duto enterrado. Este tipo de inspeção é chamado de avaliação quantitativa do revestimento.
Após o término do Mapeamento de Corrente PCM e interpretação dos resultados de atenuação da corrente são apontadas as regiões com a existência de possíveis falhas no revestimento externo do duto, onde deverão ser realizados o levantamento pontual de falhas com o auxílio da técnica A-frame.
Esta técnica é também utilizada isoladamente, quando o trecho de uma tubulação que se deseja determinar a existência de possíveis falhas no revestimento externo é pequeno (menor que 1.000 metros), no qual a realização do levantamento da Atenuação da Corrente PCM não é prioritária.
Neste caso utiliza-se o equipamento A-frame acoplado ao receptor PCM. Este equipamento possui dois sensores montados em um suporte em forma da letra “A” (daí o nome A-frame) de maneira a permitir que os dois sensores possam ser cravados simultaneamente no solo para o levantamento da existência de falhas no revestimento.
Depois de cravado o equipamento no solo, o visor do receptor PCM indicará, caso o equipamento detecte uma falha de revestimento na proximidade, uma seta indicando a posição da falha.
Para a utilização e eficácia desta metodologia é necessário que se conheça a precisa posição do duto, para que o operador caminhe longitudinalmente ao longo do duto, cravando os sensores sobre o mesmo localizando e sinalizando as falhas no revestimento.
Os passos a serem seguidos para localização das falhas no revestimento são os seguintes:
· Cravar o A-frame no solo sobre o duto com o sensor vermelho voltado para o transmissor PCM;
· Caso esteja na proximidade de uma falha, uma seta no painel do receptor indicará o sentido a seguir. Caso a próxima falha esteja distante as setas não ficarão constantes no visor ou simplesmente não aparecerão;
· Cravar sucessivamente o A-frame no solo a cada 5 metros, seguindo o sentido da seta;
· A seta converge para a falha do revestimento. Quando a seta inverter de sentido, retornar à posição anterior e cravar o A-frame a cada metro até o ponto onde a seta converge;
· O Ponto de convergência corresponde à uma falha no revestimento do duto;
· Determinar o epicentro da falha realizando a mesma inspeção com o A-frame no sentido perpendicular ao duto;
· Sinalizar e numerar a falha com piquetes ou estacas duráveis e visíveis para futuro reparo;
· Anotar os seguintes dados: número da falha; distância a um ponto de referência; leitura correspondente à falha que aparece no visor do equipamento e observações;
· Continuar o percurso até a seta convergir para outro ponto de falha;
· Entre uma falha e outra haverá um ponto, onde a seta divergirá o que não corresponde a uma falha. As falhas serão indicadas por setas convergentes somente.

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